Karl Marx nasceu há 205 anos. Por que seu pensamento ainda é importante?

Karl Marx nasceu há 205 anos, em 05 de maio de 1818. Passados mais de dois séculos de seu nascimento, sua obra, seu pensamento e seu legado ainda são objeto de intenso debate e interesse por pessoas do mundo inteiro, confirmando as palavras de Engels em seu funeral: “Seu nome sobreviverá aos séculos e a sua doutrina também”. Mas por que seu pensamento continua a ser importante no século XXI?

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“A Tragédia de um Povo”: melhor livro sobre a Revolução Russa

Lênin discursa a trabalhadores na Praça Vermelha em 1919. Fonte: The Guardian

Há cem anos a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas era um Estado recém-nascido, fruto da Guerra Mundial que dilacerou a Europa e da crise que levou ao fim o Império Russo. Em sua história da Revolução Russa, Richard Pipes a considerou o acontecimento mais importante do século XX, que desempenhou um papel decisivo no impedimento da restauração da paz após a Primeira Guerra Mundial e no surgimento do nazismo e posterior eclosão da Segunda Guerra Mundial. Mas entre as obras históricas que discutem a Revolução, nenhuma é mais completa do que “A Tragédia de um Povo”, de Orlando Figes.

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Mesa-redonda sobre fundamentalismo

No último dia 27 de maio participei de uma mesa-redonda com o tema “Religião, fundamentalismo e educação”, com a professora Stela Caputo, da UERJ. O evento foi organizado pelo departamento de Humanidade da UNISINOS e a Sociedade Brasileira de História da Educação. A mediação é feita pela professora Paula Leonardi, da UERJ.

Em minha fala, foquei no fundamentalismo cristão e contextualizei o fundamentalismo a partir de sua origem, nos Estados Unidos. Argumentei que sua história pode ser dividida em duas fases e que a segunda teve maior influência no Brasil, reverberando também na educação. A seguir, o vídeo do evento:

Artigo sobre Marx e Lênin é publicado em revista acadêmica

Os leitores que acompanham o blog há um bom tempo já sabem o quanto tenho me esforçado para levar informação qualificada numa linguagem acessível a todos os públicos. Nesses tempos de desinformação, intolerância política e crescimento da extrema-direita no país, publicar conhecimento histórico de qualidade se torna ainda mais imperativo. Como tenho dito há tempos aqui no blog, Marx é um alvo privilegiado de ataques de uma extrema-direita inculta, que, sem nunca terem lido o autor de “O Capital”, seus adeptos falam todo tipo de asneiras infundadas sobre ele.

Marx e Lênin são dois personagens sobre os quais já escrevi aqui (o leitor pode ver os textos sobre eles nas categorias Karl Marx e socialismo/comunismo ao lado). Neste início de 2021, a Revista “História: debates e tendências”, da Universidade Federal de Passo Fundo, publicou um artigo de minha autoria com o título “A Teoria do Estado em Marx e Lênin: uma interpretação histórica”. A seguir, deixo o link para o artigo que leva à página com o resumo. Para baixar, é só clicar no ícone PDF.

http://seer.upf.br/index.php/rhdt/article/view/10767

Socialismo e democracia

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Lênin entendia que o proletariado deveria ser guiado por intelectuais ligados ao partido e associava socialismo à ditadura do proletariado. Em países democráticos da Europa Ocidental, contudo, a ideia de socialismo estava relacionada a uma visão evolucionária, democrática

Temos um partido chamado “Socialismo e liberdade”, que, apesar do nome, defende lugares onde não existe liberdade. Nos últimos anos, a direita radical que ganhou voz no Brasil e até elegeu um presidente da República, acusa diuturnamente a esquerda de defender ditaduras e chama genericamente socialismo de ditadura. Há verdade nessas acusações? Se existe, em que medida? Nesse texto vamos abordar a diferença entre socialismo e comunismo, como esses conceitos mudaram com o tempo e também o surgimento de doutrinas evolucionárias em contraposição à perspectiva revolucionária de Marx e, posteriormente, de Lênin e do partido bolchevique. Continuar lendo

O que é fundamentalismo

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O fundamentalismo nasceu entre protestantes norte-americanos e o conceito é usado hoje para designar a interpretação literal de textos sagrados nas três tradições monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo

Fundamentalismo se tornou uma forma de insulto. Quando não se gosta de alguém ou de um movimento, é comum chamá-lo(a) de fundamentalista. Assim fazem, por exemplo, representantes do movimento GLBT com a bancada evangélica no Congresso e vice-versa. Há quem fale de ateus fundamentalistas, de feministas fundamentalistas e por aí vai. No fim, uma questão fica em aberto: quem realmente é fundamentalista? Continuar lendo